Ibovespa fecha em alta de 1,6% com disparada da Vale; dólar recua a R$ 5,03

Ibovespa fecha em alta de 1,6% com disparada da Vale; dólar recua a R$ 5,03

Economia

Mineradora sobe mais de 5% com avanço do minério de ferro; investidores também debatem rumores de mudança na meta fiscal, enquanto Petrobras segue sob holofotes

O Ibovespa fechou em alta consistente e o dólar perdeu ante o real nesta segunda-feira (8), com investidores digerindo notícias sobre a meta fiscal do Brasil e reagindo ao salto dos preços do minério de ferro, com os ruídos em torno da Petrobras ainda em foco.

Na cena internacional, o mercado aguarda por dados da inflação nos Estados Unidos, que podem mexer com as expectativas de queda dos juros pelo Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA). No mesmo dia também será publicado o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de março.

O principal índice da bolsa encerrou a sessão com alta de 1,63%, aos 128.857 pontos, ignorando o clima misto nas bolsas de Wall Street.

Já o dólar cedeu 0,65%, negociado a R$ 5,032 na venda, perda acima da observada contra a cesta de moedas fortes.

As ações da Vale (VALE3) saltaram 5,46% e ficaram entre os maiores ganhos da sessão com os contratos futuros do minério de ferro em alta.

O movimento ocorre em meio à esperança de possíveis medidas para reforçar o fraco setor siderúrgico na China e pelas expectativas de uma onda de reabastecimento pós-feriado por parte das siderúrgicas do país asiático.

O real é muito sensível às oscilações dessa commodity, uma vez que é chave na pauta de exportação nacional, de forma que parte da valorização desta sessão pode refletir o avanço do minério.

Os papéis da Petrobras também fecharam no campo positivo, com investidores ainda à espera de definições sobre o comando da estatal e em uma sessão de leve recuo do petróleo no mercado internacional.

As ações preferenciais (PETR4) ganharam 1,39%, enquando as ordinárias (PETR3) subiram 1,43%.

Ainda na cena doméstica, investidores repercutem informações de que a meta fiscal pode ser revista ainda neste ano, mantendo objetivo de superávit primário.

De acordo com os relatos, a alteração na meta para 2025 não está descartada e poderá ser fixada em zero, como em 2024, ou superávit de 0,25%.

Na divulgação do arcabouço fiscal, a equipe econômica propôs um ajuste gradual nas contas públicas: déficit de 0,5% em 2023, zero em 2024, superávit de 0,5% em 2025 e de 1% em 2026.

Dados dos EUA

Enquanto isso, os rendimentos dos Treasuries atingiram os níveis mais altos desde o final do ano passado, em meio a expectativas por dados de inflação ao consumidor dos EUA de quarta-feira (10).

O dado desta semana deve mostrar um aumento na inflação geral dos EUA para 3,4% em relação ao mesmo período do ano anterior, de 3,2% em fevereiro, segundo economistas consultados pela Reuters.

As chances de um primeiro corte de 0,25 ponto percentual pelo Fed em junho eram calculadas em 46%, abaixo dos 51% de sexta-feira, mostravam dados do CME Group, depois que dados recentes reforçaram a percepção de uma economia norte-americana resiliente.

“Dados mais fortes dos EUA e preços do petróleo mais elevados sugerem que os rendimentos dos EUA ainda podem oferecer vantagens, embora acreditemos que a Fed responderá mais ao dado de inflação desta semana do que aos fortes números de empregos não agrícolas”, disse o Citi em nota, acrescentando que a evolução dos preços do petróleo e de alimentos é um obstáculo para a desinflação dos mercados emergentes – o que pode levar a cautela no afrouxamento monetário.

Ainda assim, o banco privado disse que continua vendo ambiente favorável a divisas latino americanas de alto rendimento.

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