Cúpula da Paz no Egito termina sem declaração final sobre Gaza após desavença em condenação de Israel

Cúpula da Paz no Egito termina sem declaração final sobre Gaza após desavença em condenação de Israel

Internacional

A Cúpula da Paz para Gaza, realizada no Egito neste sábado, 21, para discutir a questão palestina, terminou sem uma declaração final conjunta dos 34 países e organizações internacionais que participaram no encontro. Ao final do encontro, o anfitrião emitiu uma nota na qual agradece o esforço de procura de consenso, acima de posições políticas ou religiosas, para abordar esta crise e a situação de Israel e da Palestina, e a posição comum de “ver a importância de reavaliar a estratégia internacional para abordar o conflito”. No comunicado de encerramento, o Egito e o seu presidente Abdel Fatah al Sisi afirmaram que a iniciativa procurava “estabelecer um consenso global” para rejeitar “a violência, o terrorismo” e pedir o fim da guerra em curso que causou a morte de “milhares de civis inocentes tanto na Palestina como em Israel”.

Fontes árabes informaram que a declaração final não se concretizou, apesar do acordo sobre muitas questões, devido à recusa da Europa em responsabilizar Israel pela morte de civis e em exigir um cessar-fogo. Todos os que se manifestaram no início do encontro defenderam as mesmas ideias: a coexistência de dois Estados – Israel e Palestina – é a única solução viável para o conflito, as vidas civis devem ser protegidas em todo o lado e a ajuda humanitária deve ser autorizada na Faixa de Gaza. No entanto, também foi notória a diferença de sensibilidade entre o mundo árabe e o Ocidente no que diz respeito à avaliação da situação dos palestinos e às responsabilidades pela sua situação. O Brasil foi um dos participantes da Cúpula.

O chanceler Mauro Vieira foi o representante. O diplomata destacou a deterioração da situação humanitária na região e a necessidade de garantir os direitos humanos internacionais e o direito humanitário em qualquer circunstância. Durante sua fala, ele mudou o tom apaziguador que vinha sendo adotado pelo governo brasileiro e classificou a ação do grupo extremista Hamas como ‘ataques terroristas’. “O governo brasileiro rejeita e condena inequivocamente os ataques terroristas perpetrados pelo Hamas em Israel no dia 7 de outubro, bem como a tomada de reféns civis. Cidadãos brasileiros estão entre as vítimas, três deles foram assassinados em Israel”, declarou o ministro.

*Com informações da EFE

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