Sul-coreanos iniciam integração de cargas no Centro de Lançamento de Alcântara

Sul-coreanos iniciam integração de cargas no Centro de Lançamento de Alcântara

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A integração das cargas úteis ao foguete sul-coreano HANBIT-Nano, da empresa Innospace, começou na segunda-feira (10) no Centro de Lançamento de Alcântara (CLA). Essa fase, considerada uma das etapas mais críticas antes do lançamento da Operação Spaceward, envolve testes e verificações que asseguram a conexão correta entre satélites, experimentos e o veículo lançador, garantindo que cada equipamento esteja estável e funcional para o voo.

A missão transportará oito cargas úteis — sete brasileiras e uma estrangeira — e representa um marco para o Brasil, que passa a integrar o mercado global de lançamentos comerciais, ampliando oportunidades de inovação, investimentos e desenvolvimento tecnológico.

Entre as cargas, três contam com apoio direto da Agência Espacial Brasileira (AEB): os nanossatélites FloripaSat-2A e FloripaSat-2B, desenvolvidos pela UFSC, e o Sistema de Navegação Inercial (SNI-GNSS), criado por um consórcio empresarial. Todas seguirão a bordo sem custo para seus desenvolvedores, como parte do esforço da AEB para ampliar o acesso ao espaço.

Outra carga apoiada pela Agência é o satélite educacional PION-BR2 – Cientistas de Alcântara, desenvolvido pela UFMA em parceria com AEB, PNUD e a startup PION, dentro de um programa que incentiva jovens maranhenses a se aproximarem da ciência e da tecnologia espacial.

Segundo o coordenador-geral da operação, Coronel Engenheiro Rogério Moreira Cazo, essa etapa é conduzida pela Innospace e pelos desenvolvedores, com acompanhamento da Força Aérea Brasileira (FAB) no Prédio de Preparação de Propulsores do CLA. “Reforçamos nosso compromisso em prover suporte técnico, coordenação e governança para que cada missão transcorra com integridade, transparência e alto padrão de confiabilidade”, afirmou.

Compatibilidade e segurança

Além de testes elétricos e mecânicos, a etapa inclui verificações de compatibilidade entre os sistemas dos satélites e os subsistemas do foguete, como comunicações, respostas operacionais e testes funcionais. Com essa checagem concluída, a missão segue para a integração final, instalação das carenagens, simulações gerais, avaliações ambientais e procedimentos de segurança com a FAB — processos que antecedem as últimas horas antes da contagem regressiva.

A família HANBIT

O lançamento comercial do HANBIT-Nano no Brasil é resultado do ciclo de desenvolvimento iniciado com o HANBIT-TLV, testado em 2023 também no CLA. O desempenho do motor híbrido de 25 toneladas foi validado na ocasião, permitindo à Innospace avançar para novos veículos.

O HANBIT-Nano, de dois estágios, pode colocar até 90 quilos em órbita de 500 km e mede 21,8 metros de altura. Seu primeiro estágio usa motor híbrido de combustível sólido e oxidante líquido; o segundo pode operar com motores HyPER (híbrido) ou LiMER (metano líquido). A empresa destaca o perfil econômico, a segurança estrutural e o Sistema de Terminação de Voo (FTS), aprovado em testes no CLA.

Entre 2024 e 2025, o veículo passou por nove marcos de qualificação, comprovando maturidade técnica e confiabilidade para a missão comercial. Todo o desenvolvimento envolveu 247 profissionais, incluindo 102 engenheiros.

Com o avanço do projeto, a companhia prepara novos lançadores, como o HANBIT-Micro (capacidade para 170 kg) e o HANBIT-Mini (1,3 tonelada), ambos para órbita de 500 km.

Operação Spaceward

O lançamento do HANBIT-Nano está confirmado para 22 de novembro, no CLA, em operação coordenada pela FAB em parceria com a AEB. Será o primeiro lançamento comercial realizado a partir do território brasileiro. A ação resulta do edital público lançado pela AEB em 2020, que selecionou empresas para operar a partir de Alcântara.

Sobre a AEB

A Agência Espacial Brasileira, vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, é responsável por formular e coordenar a Política Espacial Brasileira e integrar ações do Sistema Nacional de Desenvolvimento das Atividades Espaciais. Desde 1994, atua para promover o desenvolvimento do setor e incentivar aplicações espaciais voltadas ao bem-estar da sociedade.

*Fonte: GOVMA

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