Síria volta a integrar Liga Árabe após 11 anos de exclusão

Síria volta a integrar Liga Árabe após 11 anos de exclusão

Internacional

A Síria voltou a integrar a Liga Árabe após 11 anos. A decisão veio no domingo, 7, após os chanceleres árabes decidirem por unanimidade readmitir o regime de Damasco, que havia retirado após à repressão a uma revolta popular, que resultou em uma guerra longa e sangrenta. A decisão foi tomada em um contexto de reconciliação entre a Arábia Saudita e o Irã e no momento em que o presidente sírio, Bashar al-Assad, precisa desesperadamente de recursos para a reconstrução do país. “As delegações do governo da República Árabe Síria voltarão a participar nas reuniões da Liga Árabe“, afirma o texto aprovado por unanimidade pelos ministros em uma reunião a portas fechadas na sede da organização no Cairo. A normalização, que era especulada há vários meses, foi favorecida pela solidariedade internacional após as consequências do terremoto de 6 de fevereiro, que deixou mais de 50 m mil mortos entre a Turquia e a Síria.

Isolado diplomaticamente desde 2011, o presidente sírio saiu recentemente do status de ‘persona non grata’ e alguns analistas acreditam que ele poderia inclusive comparecer, em 19 de maio, à reunião de cúpula anual dos chefes de Estado da Liga Árabe. Damasco afirmou que deseja “dialogar” e “reforçar a cooperação” em uma região que condenou o país ao ostracismo a partir de 2011. O conflito na Síria provocou 500 mil mortes e o deslocamento de milhões de pessoas nos últimos 12 anos. A Coalizão Nacional Síria, aliança de oposição com sede na Turquia, considerou que a decisão significa “abandonar” os sírios, deixando os mesmos sem um “apoio árabe oficial”.

Em novembro de 2011, 18 dos 22 países membros da Liga Árabe suspenderam a participação do governo sírio nas reuniões, o que foi celebrado pelos países ocidentais e a Turquia, mas criticado por Rússia, Irã, Iraque e Líbano. A organização pan-árabe também aprovou sanções econômicas contra aquele país. Vários países árabes apoiaram os rebeldes no início da guerra, que sucessivamente se transformou em um terreno de batalha para várias potências estrangeiras – incluindo Rússia e Irã, aliadas do governo de Assad – assim como para grupos extremistas, como o Estado Islâmico. Damasco aposta em uma plena normalização das relações com os países árabes, em particular as ricas monarquias do Golfo, que já foram aliadas da oposição. O governo sírio conta com estas nações para financiar a cara reconstrução do país, devastado por mais de 10 anos de conflito.

*Com informações da AFP

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