A Agência Nacional de Petróleo e Gás (ANP) identificou a presença de metanol em combustíveis e tanques secretos em postos de São Paulo. Os fiscais da agência visitaram estabelecimentos em 13 Estados e, no último levantamento de agosto, no território paulista foram analisados 53 postos e 11 revendas de GLP. Apesar do fechamento dos postos por irregularidades verificadas, a reabertura muitas vezes ocorre em semanas. De acordo com o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de São Paulo (Sincopetro), José Alberto Paiva Gouveia, o mercado dos combustíveis adulterados tem aumentado. Ele defende uma maior participação dos municípios na fiscalização e de demais agentes públicos para combater estas fraudes.
“Ninguém pode alegar inocência nesse assunto. Todas as autoridades e todo mundo que trabalha nesse setor conhece esse assunto profundamente. Falta uma ação mais firme e mais forte do próprio governo para evitar que isso continue acontecendo”, declarou. Segundo o diretor da Associação Brasileira de Revendedores de Combustíveis Independentes e Livres (Abrilivre), Rodrigo Zingales, reforça que a única explicação para preços muito mais baixos nas bombas está justamente no mercado paralelo: “Se esse mercado cinza fossem apenas postos sem bandeira, as distribuidoras não seriam responsáveis. Mas muitas vezes são postos bandeirados vendendo combustível adulterado”.
O superintendente de fiscalização da ANP, Francisco Nelson, descarta que haja falta de ação da agência no controle dos revendedores: “A fiscalização é uma ação repressiva de identificação da irregularidade e repressão, é uma ação de natureza coercitiva. Nós não temos só essa ação, temos diversas outras ações, como é o caso do programa de monitoramento da qualidade, políticas de orientação aos consumidores, políticas de orientação aos próprios agentes econômicos e tem todo um regramento que envolve o carregamento dos caminhões até a chegada do posto”. A ANP sustenta que realiza semanalmente operações de fiscalização em todo o Brasil e que apenas 3% das análises apresentaram adulteração.
*Com informações do repórter Marcelo Mattos