O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, alertou nesta segunda-feira, 24, para o risco de uma “conflagração catastrófica dentro do Sudão que pode envolver toda a região e além”. “A violência deve parar. Todos devemos fazer tudo ao nosso alcance para tirar o Sudão da beira do abismo”, disse em um discurso perante o Conselho de Segurança, reunido a pedido da Rússia, em uma sessão dedicada ao multilateralismo. O líder também exortou “todos os membros do Conselho a exercerem máxima pressão sobre as partes para acabar com a violência, restabelecer a ordem e regressar ao caminho da transição democrática”. Desde o dia 15 de abril, o país africano, que possui cerca de 45 milhões de habitantes, está imerso em uma espiral de violência devido à luta entre as forças de dois generais no poder, o exército do general Abdel Fatah al Burhan, governante de fato do Sudão desde o golpe de 2021, e seu rival, o general Mohamed Hamdane Daglo, líder das Forças de Apoio Rápido (FAR). O conflito já deixou mais de 420 mortos e mais de 3.700 feridos, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Depois de condenar “com firmeza” o bombardeio indiscriminado em áreas civis e centros de saúde, Guterres pediu às partes em conflito que acabem com os combates em áreas densamente povoadas e permitam o trabalho humanitário.
Depois de condenar “com firmeza” o bombardeio indiscriminado em áreas civis e centros de saúde, Guterres pediu às partes em conflito que acabem com os combates em áreas densamente povoadas e permitam o trabalho humanitário. Na quinta-feira passada, 20, Guterres pediu aos dois generais que declarassem um cessar-fogo “de pelo menos três dias” por ocasião da celebração do Eid al Fitr, que marca o fim do Ramadã, mês sagrado do jejum muçulmano, mas os combates continuaram. Os civis devem ter acesso a alimentos, água e outros produtos básicos e deixar as zonas de combate, afirmou, depois de lembrar que a ONU e as organizações humanitárias com as quais trabalha estão “reconfigurando” a sua presença no país para continuar “levando ajuda aos sudaneses”. “Deixe-me ser claro: a ONU não está deixando o Sudão. Nosso compromisso é com os sudaneses” nestes “tempos terríveis”, embora tenha especificado que autorizou a transferência temporária dentro e fora do país de “alguns” funcionários da ONU e suas famílias.
*Com informações da AFP