Presidente criticou propostas de rever gastos federais com saúde e educação
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o seu governo “não vai fazer ajuste (fiscal) em cima dos pobres” e criticou a possibilidade de cortes nos gastos obrigatórios em saúde e educação.
As declarações de Lula foram dadas em resposta ao questionamento feito pela imprensa sobre a possibilidade de cortes reais nos gastos do governo e a eventual desvinculação de investimentos na saúde e na educação como parte de um esforço para atingir a meta de déficit fiscal zero.
“Vou dizer alto e bom som: a gente não vai fazer ajuste em cima dos pobres. Porque os que ficam criticando o déficit fiscal, os que ficam criticando os gastos do governo, são os mesmos que foram pro Senado aprovar a desoneração de 17 grupos empresariais. São os mesmos. E que ficaram de fazer uma compensação para suprir o dinheiro da desoneração (dos impostos sobre as folhas de pagamento) e não quiseram fazer”, respondeu o presidente.
Lula afirmou ainda que o governo tem conseguido vitórias em sua agenda econômica e que não será necessário fazer cortes na saúde ou na educação.
“Nós já fizemos o que ninguém esperava que seria feito. Nós já fizemos a regulação do marco fiscal, já aprovamos a reforma tributária… Nós estamos demonstrando a nossa seriedade de garantir estabilidade jurídica, estabilidade política, estabilidade fiscal, estabilidade econômica e estabilidade social. Isso tá garantido”, disse ele.
Ele também rebateu a ideia defendida por alguns setores de possibilidade de mudanças nos gastos em educação e saúde.
“Achar que nós temos que piorar a saúde, que nós temos que piorar a educação para melhorar… Isso é feito há 500 anos no Brasil. O povo pobre não participava do orçamento”, afirmou.
Segundo o presidente, os mais pobres sempre foram os primeiros a sofrer com decisões orçamentárias e políticas.
“Se não tem dinheiro (no orçamento), vamos deixar o pobre para lá. Você não tem dinheiro… Não, deixa o pobre pra lá. Não, isso não é possível. Eu quero acabar com a pobreza neste país. Eu quero criar um país de classe média baixa, onde todas as pessoas possam trabalhar e estudar, comer, almoçar, e ainda passear com a sua família”, conclui Lula.