Haddad afirma que atual patamar de juros nos EUA dificulta emissão de títulos sustentáveis brasileiros

Haddad afirma que atual patamar de juros nos EUA dificulta emissão de títulos sustentáveis brasileiros

Economia

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou nesta sexta-feira, 10, que alto nível de juros dos Estados Unidos dificulta a emissão de títulos soberanos de países em desenvolvimento. Durante participação no Fórum dos Governadores da Amazônia Legal, ele avaliou que o cenário econômico do país norte-americana é uma trava para o lançamento de papéis sustentáveis do governo brasileiro e que o Brasil apenas realizará a emissão de títulos vinculados a compromissos de sustentabilidade em momento oportuno do ponto de vista econômico. “[Títulos sustentáveis do Brasil] serão emitidos tão logo o Tesouro considere oportuna a primeira emissão em virtude de um cenário externo, neste momento, muito desafiador”, afirmou Haddad.”Todos estão acompanhando a evolução das taxas de juros nos Estados Unidos, que hoje são impeditivas de colocar, a taxas mais baixas, títulos soberanos de países em desenvolvimento. Estamos aguardando o melhor momento para lançar os títulos soberanos sustentáveis”, complementou.

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem aproveitado a atenção internacional para vender a agenda verde do Brasil. Os títulos sustentáveis são parte desse plano, mas dependem da captação de cerca de US$ 2 bilhões para a primeira emissão. Além disso, a gestão petista procura uma referência para o lançamento de títulos desse tipo pelo setor privado. Em setembro, ministros de Lula apresentaram o Plano Nacional de Transição Energética justa e inclusiva, focado na descarbonização da economia global. Contudo, o Brasil precisa do apoio estrangeiro, dificultado pelo alto nível de juros. No início do mês, o Federal Reserve (Banco Central dos Estados Unidos) decidiu manter a taxa de juros dos EUA para o intervalo entre 5,25% e 5,5% ao ano nesta quarta-feira, 1º. Esta é a segunda manutenção consecutiva desde que o órgão decidiu aumentar o percentual em julho. Este é o maior patamar da taxa de juros norte-americana em 22 anos. A última vez que os juros norte-americanos foram a 5,5% foi em 2001.

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