George Santos, deputado republicano filho de brasileiros, foi preso nos Estados Unidos nesta quarta-feira, 10, por acusações federais de fraude, lavagem de dinheiro e roubo de fundos públicos. Ao todo, foram 13 acusações contra ele, que confessou ter inventado boa parte de sua biografia, incluindo seu nome real, religião (ele falsamente alegou ser judeu), sua escolaridade e a experiência de trabalho ao disputar as eleições legislativas do ano passado em busca de uma cadeira na Câmara como representante de áreas de Long Island, Nova York. Santos, de 34 anos, se entregou nesta manhã ao tribunal de Nova York. O deputado ganhou visibilidade no ano passado após sua eleição. Ao vencer, ele tinha se tornado o primeiro republicano assumidamente gay a concorrer e conquistar um assento na Câmara dos Deputados. Mas, logo após os resultados, o jornal norte-americano ‘The New York Times’ expôs pontos de contradição no que Santos falava a seu respeito, o que levou à sua prisão nesta quarta-feira.
Apesar dos pedidos para que ele renunciasse ao cargo, ele se negou. Em uma entrevista ao apresentador de televisão Piers Morgan no início do ano, ele admitiu que mentiu sobre sua biografia. “Eu fui um mentiroso terrível em alguns temas”, reconheceu. “Não era sobre enganar as pessoas, era para ser aceito pelo partido”, acrescentou. O presidente da Câmara de Representantes, o republicano Kevin McCarthy, afirmou que “revisaria as acusações” antes de considerar se George Santos deve ou não ser afastado do Congresso. As acusações contra Santos foram apresentadas na terça-feira, 9, quando ele foi acusado pelo Departamento de Justiça. De acordo com o ‘The New York Times’, o deputado pode ser solto, porém, terá que pagar uma fiança e se comprometer a comparecer ao tribunal quando solicitado. No Brasil, Santos é acusado de fraude por ter utilizado, em 2008, quando estava prestes a completar 20 anos, um talão de cheque roubado e um nome falso para realizar comprar em uma loja em Niterói. No ano seguinte, Santos confessou o crime por meio de uma mensagem enviada ao proprietário da loja na extinta rede social Orkut. Já em 2010, ele e sua mãe contaram às autoridades que tinham roubado o talão de cheque de um homem para quem sua mãe costumava trabalhar.
*Com informações da Reuters