A ONU (Organização das Nações Unidas) disse nesta sexta-feira, 27, que a Faixa de Gaza precisa de ajuda humanitária “significativa e contínua”. O comunicado acontece após quase três semanas de bombardeios israelenses no território palestino. Oito caminhões com alimentos, remédios e água deverão cruzar Gaza ainda hoje. Nesta semana, o presidente dos Estado Unidos, Joe Biden, e o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, concordaram em continuar fornecendo ajuda humanitária para Gaza, que vive uma crise humanitária desde o começo da guerra entre israelenses e o grupo terrorista palestino Hamas, iniciada em 7 de outubro. A decisão foi tomada após a fronteira de Rafah, entre Egito e Gaza, ter sido aberta duas vezes no último final de semana para entrada de ajuda. Depois que um segundo comboio de caminhões entrou em Gaza a partir do Egito, Biden e Netanyahu afirmaram, após uma conversa telefônica, que “haverá, a partir de agora, um fluxo contínuo para Gaza dessa assistência crucial” para a população Palestina, ressaltou a Presidência americana.
Uma primeira equipe de dez médicos estrangeiros da Cruz Vermelha entrou nesta sexta pela passagem egípcia de Rafah em direção à Faixa de Gaza juntamente com um comboio composto por outros dez caminhões carregados de ajuda humanitária, mas sem combustível. O porta-voz do lado palestino da travessia, Wael Abu Omar, disse em comunicado que uma “delegação médica composta por dez médicos estrangeiros” entrou na Faixa através de Rafah junto com outros dez caminhões carregados com água, alimentos e remédios. Com esta nova entrada de ajuda humanitária, são agora 84 caminhões, em seis lotes diferentes, que entraram no enclave palestino através do Egito desde que Israel permitiu a entrada de ajuda humanitária em Gaza, no último sábado. Por sua vez, fontes do lado egípcio de Rafah confirmaram à Agência EFE que a equipe de dez médicos pertence à Cruz Vermelha, organização que tem gerido a entrada de ajuda através da travessia, mas não especificou suas nacionalidades.
Da mesma forma, detalharam que o novo carregamento de ajuda humanitária não inclui combustível, recurso que as autoridades israelenses não permitem a entrada e que é extremamente necessário para abastecer hospitais, centrais de dessalinização e outros serviços essenciais. A coordenadora humanitária das Nações Unidas para os Territórios Palestinos, Lynn Hastings, disse hoje, durante coletiva de imprensa em Jerusalém, que os geradores de emergência que alimentam muitos serviços essenciais “estão sendo desligados um a um devido à falta de combustível”. No entanto, acrescentou que uma quantidade limitada de combustível consegue entrar em Gaza através de uma estação de bombeamento “paga pelo Catar e trazida para Rafah com o conhecimento de Israel”.
Dessa forma, a Agência da ONU para os Refugiados Palestinos (UNRWA), uma das principais organizações humanitárias que operam em Gaza, obteve nesta quinta-feira acesso a 200 mil litros de combustível, quando necessita de cerca de 130 mil diariamente, explicou Hastings aos jornalistas. A ONU calcula que seriam necessários ao menos 100 caminhões diários para atender às necessidades de todos os habitantes de Gaza. A UNRWA também anunciou nesta sexta que 57 funcionários do organismo morreram desde 7 de outubro.
*Com informações da AFP e da EFE