Pelo menos 64 pessoas morreram em enchentes repentinas no sudeste da Espanha, disse o governo regional de Valência nesta quarta-feira (30).
Alguns locais no sul e leste da Espanha receberam até 300 milímetros de chuva em apenas algumas horas na terça-feira.
Imagens da cidade de Valência mostraram água lamacenta inundando as ruas, derrubando muros e varrendo carros estacionados.
O líder regional de Valência, Carlos Mazón, disse aos repórteres nesta quarta-feira que alguns corpos foram encontrados quando as equipes de resgate começaram a chegar às áreas anteriormente isoladas pelas enchentes, acrescentando: “Por respeito às famílias, não daremos mais detalhes”.
O número de mortos deve aumentar, pois as autoridades disseram que os números atuais são “provisórios”.
Mazón também pediu aos moradores das províncias de Valência e Castellón que evitem as estradas.
Trens para as cidades de Madri e Barcelona foram cancelados devido às enchentes, e escolas e outros serviços essenciais foram suspensos nas áreas mais afetadas, disseram autoridades.
Os serviços de emergência pediram aos cidadãos que evitassem todas as viagens rodoviárias e seguissem as orientações oficiais, e uma unidade militar especializada em operações de resgate foi enviada a alguns lugares para ajudar os socorristas locais.
Equipes de resgate usaram botes no escuro para limpar as águas da enchente, levando várias pessoas para um local seguro. Serviços de emergência ainda trabalham para chegar às áreas mais atingidas.
O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sanchez, disse na quarta-feira (30) que o governo usará todos os meios necessários para ajudar as vítimas das enchentes repentinas. “Para aqueles que neste momento ainda estão procurando seus entes queridos, toda a Espanha chora com vocês”, disse Sanchez em um discurso televisionado, prometendo “reconstruir suas ruas, suas praças, suas pontes”.
Carlos Mazon, líder regional de Valência, que responde por quase dois terços da produção cítrica do maior fornecedor mundial de laranja, disse que algumas pessoas permaneceram isoladas em locais inacessíveis.
“Se (os serviços de emergência) não chegaram, não é por falta de meios ou predisposição, mas por um problema de acesso”, disse Mazon em entrevista coletiva, acrescentando que chegar a certas áreas era “absolutamente impossível”.