Dólar atinge R$ 5,09 após dados de inflação nos Estados Unidos

Dólar atinge R$ 5,09 após dados de inflação nos Estados Unidos

Economia

Adiamento de um ciclo de redução dos juros nos Estados Unidos para o segundo semestre continuou a pesar sobre a moeda americana

O dólar fechou em alta nessa quinta-feira (11), cotado a R$ 5,09, conforme investidores ainda repercutiam os avanços nos índices de preços ao produtor e ao consumidor dos Estados Unidos. Já o Ibovespa, principal índice acionário da Bolsa de Balores brasileira, a B3, encerrou em queda.

Os indicadores voltaram a trazer expectativa sobre os próximos passos do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) na política monetária norte-americana.

Ao final da sessão, o dólar subiu 0,25%, cotado em R$ 5,0900, renovando o maior patamar desde outubro. Na máxima, foi a R$ 5,0910.

Com o resultado, moeda norte-americana acumula altas de: 0,50% na semana; 1,49% no mês; e 4,89% no ano. Na véspera, o dólar havia subido 1,41%, cotada em R$ 5,0774.

Já o Ibovespa fechou em queda de 0,51%, aos 127.396 pontos. Com o resultado, o índice acumula: alta de 0,48% na semana; queda de 0,55% no mês; e recuo de 5,06% no ano.

Na quarta-feira, o índice havia encerrado em queda de 1,41%, aos 128.054 pontos.

Mercados

– O que está mexendo com os mercados? O principal destaque desta semana seguia com os indicadores de inflação dos Estados Unidos. Na agenda dessa quinta-feira (11), as atenções ficaram com o índice de preços ao produtor norte-americano, divulgado pelo Departamento do Trabalho dos EUA. O indicador registrou um aumento de 0,2% em março, após uma alta de 0,6% em fevereiro.

Apesar de o resultado ter vindo um pouco abaixo do esperado por economistas consultados pela Reuters, que previam um avanço de 0,3%, o número ainda representa um avanço dos preços norte-americanos e volta a trazer expectativa sobre os próximos passos do Fed.

Na véspera, por exemplo, o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, acelerou e chegou a 3,5% em março, contra 3,2% registrados em fevereiro e acima das expectativas de mercado.

Os números aumentam os temores de que o Fed pode demorar mais a iniciar o ciclo de corte de juros no país. O banco central dos EUA tem uma meta de inflação de 2% e, após o crescimento de empregos mais forte do que o esperado em março, bem como a queda da taxa de desemprego de 3,9% em fevereiro para 3,8%, alguns economistas adiaram as expectativas de corte dos juros para julho.

Depois dos indicadores, os mercados financeiros viam uma probabilidade de aproximadamente 84,8% de o Fed manter os juros em sua reunião de política monetária de 11 e 12 de junho, de acordo com a ferramenta FedWatch da CME.

Corroborando esse cenário, as autoridades do Fed continuam a se mostrar preocupadas com a possibilidade de que o processo de controle da inflação tenha se estagnado e que seja necessário um período mais longo de política monetária restritiva para controlar o ritmo dos aumentos de preços.

“De modo geral, os participantes destacaram sua incerteza quanto à persistência da inflação elevada e expressaram a opinião de que dados recentes não haviam aumentado sua confiança de que a inflação esteja se movendo de forma sustentável para 2%”, disse a ata da última reunião do Fed, também divulgada na quarta.

As autoridades do Fed estão debatendo se o maior risco é que a política monetária permaneça muito apertada por muito tempo ou que o corte de juros aconteça muito cedo e não consiga fazer com que a inflação retorne à sua meta de 2%.

Já no Brasil, o foco ficou no noticiário do dia, em meio aos debates sobre a redução no preço da energia elétrica. Na véspera, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pediu a apresentação de um novo programa energético ainda este ano, para reduzir de forma estrutural o preço das tarifas de energia.

O presidente chegou a se reunir com representantes do setor elétrico, do Ministério de Minas e Energia (MME) e da Casa Civil. Na pauta: a redução das tarifas. Como resultado da reunião, o MME ficou responsável por liderar um grupo de trabalho para elaborar uma proposta estrutural para o setor até o fim de 2024.

Além disso, investidores continuam a repercutir o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado na véspera. A inflação oficial do país mostrou que os preços subiram 0,16% em março, abaixo das expectativas do mercado financeiro.

O maior impacto do mês veio novamente do grupo Alimentação e bebidas, com alta de 0,53% e peso de 0,11 ponto percentual (p.p.) no índice geral. Mas é uma variação mensal menor que fevereiro, quando os preços do grupo haviam subido 0,93%. As informações são do portal de notícias G1.

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