Disney e principal adversário de Trump brigam por controle de distrito especial; entenda

Disney e principal adversário de Trump brigam por controle de distrito especial; entenda

Internacional
 

A Disney e o governador da Flórida, Ron DeSantis, que também é o principal adversário de Donald Trump para concorrer a presidências dos Estados Unidos em 2024, estão em pé de guerra. Isso porque ambos disputam o controle da área em torno do parque de diversões em Orlando. O caso ganhou novos episódios no final de fevereiro, quando o político assinou uma lei que devolvia a posse da região em disputa para o estado da Flórida. “Hoje o reino corporativo finalmente chega ao fim”, declarou DeSantis durante a assinatura da lei, que troca a governança do distrito especial. “Esta legislação acaba com o status de autogoverno da Disney, faz com que a empresa viva sob as mesmas leis que todos os demais e garante que a Disney pague suas dívidas e sua parte justa de impostos”, acrescentou. Ao assumir o controle, o político supervisiona o desenvolvimento do Walt Disney World. A companhia anunciou planos de investir mais de US$ 17 bilhões (cerca de R$ 86 bilhões na cotação atual) na Disney World na próxima década, uma medida que, segundo suas previsões, criará mais de 10 mil novos postos de trabalho e vai atrair ainda mais turistas para a Flórida.

A gigante de entretenimento, contudo, retaliou a decisão e processou o governador, acusando o de ameaçar mais de 75 mil empregos e o dinheiro a ser investido no projeto. “Uma campanha seletiva de retaliação governamental – orquestrada, em cada passo, pelo governador DeSantis como punição ao discurso da Disney – ameaça agora as operações comerciais da Disney, põe em perigo seu futuro econômico na região e viola seus direitos constitucionais”, indicou a empresa em seu processo apresentado em um tribunal federal do norte da Flórida. Em sua ação, a empresa solicita que sejam tornadas ilegais leis que retiraram dela o controle do distrito especial, alegando que “foram promulgadas em represália ao discurso político da Disney em violação à Primeira Emenda”, que protege a liberdade de expressão.

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Ron DeSantis, governador da Flórida │EFE EPA CRISTOBAL HERRERA

“Não resta outra alternativa à empresa do que apresentar esta ação para proteger seus membros, os clientes e os parceiros locais de uma campanha implacável para usar o poder do governo como arma contra a Disney”, afirmou a companhia no documento judicial. “Nos Estados Unidos, o governo não pode te punir por você dizer o que pensa”, acrescentou. Com essa jogada, a Disney assegurou não precisar da aprovação da junta para construir edifícios no distrito ou ceder direitos de superfície, além de proibir o uso do nome da empresa ou de seus personagens pelos novos gestores. Os documentos incluíam uma cláusula que garantia sua validade até “21 anos depois da morte do último sobrevivente dos descendentes do rei Charles III” da Inglaterra. DeSantis, cuja candidatura à Casa Branca parece iminente, havia prometido invalidar estes acordos e ameaçado aumentar os impostos da companhia ou impor-lhe inspeções de segurança.

O político e a companhia entraram em rota de colisão no ano passado, quando a Disney criticou uma lei promovida pelo republicano, que proíbe o ensino de assuntos relacionados à orientação sexual e à identidade de gênero em escolas fundamentais da Flórida. “Queremos que nossos filhos sejam crianças, queremos que possam desfrutar do entretenimento, da escola, sem que uma agenda seja imposta a eles”, disse DeSantis. Em represália a essas críticas, o governador designou, em fevereiro, uma junta para dirigir um distrito especial – conhecido até então como Reedy Creek Improvement District – outorgado em 1960 à Disney, em seu parque de diversões de Orlando, que a companhia administrava como um governo local. Eles cobram impostos e garantem serviços públicos essenciais, como coleta de lixo e tratamento de água. A nova estrela em ascensão da direita americana, de 44 anos, ficou conhecida por suas batalhas culturais contra políticos, professores e empresas como a Disney, aos quais acusa de impor uma ideologia progressista aos demais.

*Com informações da AFP 

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