O hospital Al-Shifa, na Faixa de Gaza, tem aproximadamente 100 cadáveres que ainda não puderam ser enterrados em meio ao conflito entre Israel e Hamas. No limite de energia elétrica, os corpos não conseguem ser preservados em câmaras frigoríficas. “Temos cerca de 100 cadáveres que deveríamos enterrar em uma vala comum, estão em mau estado e cercados por moscas, mas não podemos cavar nenhum buraco porque tememos que se trouxermos uma escavadora ela fique sob fogo, por enquanto não é seguro”, disse Marwan Abu Sada, médico do centro. Israel continua cercando os principais centros médicos em Gaza e no norte da Faixa, de acordo com ele. O combustível do Al Shifa já acabou completamente, por isso, os geradores de eletricidade não têm funcionado plenamente. O centro médico tem obtido energia por meio de painéis solares que servem para manter a unidade de emergência ativa. “Estamos atendendo alguns pacientes, mas de forma precária, enquanto um bebê prematuro morreu por falta de eletricidade nas incubadoras e outros 38 poderão morrer se a energia não voltar”, disse Abu Sada. O médico negou que o Hamas possui um centro militar e infraestrutura em túneis sob o hospital: “Deixem os israelenses virem ao hospital e verificarem se há algum membro do Hamas lá dentro. Somos apenas pessoal médico, pacientes, feridos e deslocados”, afirmou Abu Sada. De acordo com ele, ambulâncias não entram nem saem do centro, por isso não podem trazer ou ir buscar possíveis feridos devido aos bombardeios que continuam no território.
*Com informações da EFE