Brasil deixa Estados Unidos de fora da Cúpula da Amazônia mesmo após doação bilionária

Brasil deixa Estados Unidos de fora da Cúpula da Amazônia mesmo após doação bilionária

Internacional

Os Estados Unidos, que em abril anunciaram uma doação bilionária para o Fundo Amazônia – o presidente Joe Biden destinou US$ 500 milhões (cerca de R$ 2,5 bilhões) -, não vão participar da Cúpula da Amazônia que acontece nesta semana em Belém. Eles não foram convidados pelo governo brasileiro para o evento. À Jovem Pan, integrantes do Itamaraty confirmaram que os norte-americanos não receberam convite e explicaram o que aconteceu. Eles declararam que isso aconteceu devido à logística adotada, em que deram preferência para os sete países da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) – Brasil, Bolívia, Colômbia, Guiana, Equador, Peru, Suriname e Venezuela -, nações que possuem parte significativa de florestas tropicais e Alemanha e Noruega foram convidadas por causa da tradicional parceria que tem com o Brasil em apoio aos esforços da conservação da amazônia em território nacional.

A França, que também estará presença, foi convidada por causa da Guiana Francesa, que faz dela um país amazônico, disse a fonte, acrescentando que São Vicente e Granadinas foi convidado porque é a atual presidente da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC). A Cúpula da Amazônia acontece nos dia 8 e 9  de agosto e foi criada em 2008, durante o segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Pela primeira vez desde 2009, a cúpula reunirá os oito países-membros da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), criado em 1995 para preservar a floresta: Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela. Em nota, o Itamaraty informou que um dos objetivos da Cúpula da Amazônia é fortalecer a OTCA para que tenha condição de apoiar os países da região na realização das iniciativas e dos projetos necessários ao desenvolvimento sustentável da região.

Presidente do Peru vai comparecer 

Se por um lado os Estados Unidos não vão vir, a presidente do Peru, Dina Boluarte, estará presente. Essa será a sua primeira viagem para fora de seu país. A viagem, no entanto, suscitou polêmica no Peru, pois Boluarte pôde viajar graças a uma lei do Congresso aprovada em junho, que a autoriza a governar por “controle remoto” do exterior diante da carência de um vice-presidente, cargo que está vago desde que ela chegou ao poder. Boluarte era vice-presidente até 7 de dezembro, quando substituiu Pedro Castillo, destituído pelo Congresso após sua tentativa frustrada de dissolver o Legislativo e convocar uma Assembleia Constituinte. Segundo a oposição de esquerda, a lei que permite à presidente se ausentar do país é inconstitucional. Em Belém, Boluarte tem prevista uma reunião com o presidente Lula, anfitrião da cúpula, segundo a Secretaria Presidencial peruana.

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