Flávio Dino vence ação contra hospital pela morte do filho após 13 anos de batalha judicial

Flávio Dino vence ação contra hospital pela morte do filho após 13 anos de batalha judicial

Justiça

O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), anunciou nesta sexta-feira (10) o desfecho definitivo da ação judicial movida por sua família contra o Hospital Santa Lúcia, em Brasília, pela morte de seu filho, Marcelo Dino, aos 13 anos, em 2012.

Após 13 anos e seis meses de tramitação, a Justiça reconheceu a responsabilidade do hospital e fixou indenização de R$ 600 mil para cada um dos pais, Dino e sua ex-esposa, Deane Fonseca. O ministro informou, em publicação nas redes sociais, que o valor será integralmente doado.

“A indenização que foi paga por essa gente não nos interessa e será integralmente doada. O que importa é o reconhecimento da culpa do hospital. Espero que essa decretação de responsabilidade tenha resultado no fim dos péssimos procedimentos do hospital Santa Lúcia, que levaram à trágica e evitável morte de uma criança de 13 anos”, escreveu o ministro.

Na mensagem, Dino também prestou homenagem ao filho, lembrando que Marcelo hoje teria 27 anos. Ele destacou o amor do garoto por futebol, pelo Flamengo, pelo cachorro Fred e pela guitarra que ainda guarda em casa.

O ministro criticou ainda o modelo de gestão de alguns hospitais, afirmando que muitos investem mais em “granitos, vidros espelhados e belos prédios” do que em qualificação profissional e respeito aos pacientes.

“Conto essa triste história para que outras famílias, também vítimas de negligências profissionais e empresariais, não deixem de mover os processos cabíveis. Nada resolve para nós próprios, mas as ações judiciais podem salvar outras vidas”, escreveu.

Relembre o caso

Marcelo Dino foi internado no Hospital Santa Lúcia em 13 de fevereiro de 2012 com uma crise de asma. O hospital informou, à época, que o adolescente foi levado diretamente à Unidade de Terapia Intensiva (UTI), onde chegou a ser estabilizado. Durante a madrugada, porém, apresentou nova dificuldade para respirar e morreu às 7h do dia seguinte.

A família processou o hospital alegando que a médica plantonista da UTI pediátrica abandonou o posto, o que teria causado atraso no atendimento. A Justiça reconheceu a responsabilidade da instituição no episódio.

Na esfera criminal, uma médica e uma enfermeira chegaram a ser investigadas e processadas por homicídio culposo (sem intenção de matar), mas foram absolvidas em 2018 por falta de provas.

*Fonte: Agência Brasil

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *