A decisão recente do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), provocou novos desdobramentos no cenário político e comunicacional do Maranhão. Moraes determinou o afastamento da jornalista Jacqueline Heluy do cargo de diretora de Comunicação da Assembleia Legislativa do estado, alegando a possibilidade de nepotismo cruzado.
A base da decisão foi a Súmula Vinculante nº 13, que veda nomeações de parentes até o terceiro grau no serviço público. No entanto, a relação entre Jacqueline Heluy e o governador Carlos Brandão não se enquadra nesses termos, pois ela é mãe da esposa do filho do irmão do governador, ou seja, uma ligação de quarto grau. A nomeação de Heluy foi feita pela presidente da Assembleia, Iracema Vale (PSB), e não pelo governador.
A medida gerou reações na classe jornalística, que reconhece Jacqueline Heluy como uma profissional de longa data, com 33 anos de experiência na Assembleia Legislativa. A situação também foi comparada ao período em que Ricardo Capelli, ex-secretário de Flávio Dino, enfrentou forte rejeição da imprensa durante seu mandato.
Além disso, Heluy já havia ocupado cargos de coordenação na área de Comunicação na gestão do deputado Othelino Neto, que atualmente questiona sua nomeação. Ela estava na área antes mesmo de Carlos Brandão assumir o governo e de Iracema Vale ser eleita presidente da Assembleia.
Se a decisão de Moraes não tiver sido motivada por um viés político, é esperado que seja revista quando a Procuradoria da Assembleia Legislativa do Maranhão apresentar as devidas explicações ao ministro.
A atuação de Othelino Neto nesse contexto tem gerado críticas, principalmente em relação ao distanciamento da classe jornalística, que observa com atenção as implicações políticas dessa situação. A polêmica continua a ser debatida nos bastidores, com possíveis desdobramentos jurídicos e institucionais para o futuro político do Maranhão.