O jantar reservado para poucos empresários com os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e da China, Xi Jinping, foi marcado pelo reforço na segurança na noite de quarta-feira (20).
A apreensão foi suscitada não somente por se tratar do líder de uma das maiores economias do mundo, mas também pelo recente atentado com explosivos na praça dos Três Poderes, em Brasília.
A impressão entre os empresários durante o encontro foi de descontração após um dia cheio de acordos comerciais oficializados entre o Brasil e a China.
Ao todo, foram 37 parcerias firmadas que irão beneficiar várias áreas brasileiras, do agronegócio à tecnologia.
Para encerrar a passagem do líder chinês em solo brasileiro, Lula escolheu quatro presentes simbólicos para serem entregues a Xi Jinping: uma onça de madeira, artesanato do Nordeste, obras de arte brasileiras e uma água engarrafada premium obtida por meio da umidade da floresta da Amazônia, tecnologia desenvolvida pela Ô Amazon Air Water.
O fundador e CEO da empresa, Cal Gonçalez Junior, que também estava no jantar, havia presenteado Joe Biden com a garrafa, quando o presidente dos EUA visitou o Amazonas antes do G20.
Em troca, Xi ofereceu um compartimento com areia da Lua e outros presentes culturais da tradição chinesa.
Em um encontro de até 20 minutos, as comitivas trocaram os presentes e explicaram a simbologia de cada item.
Mesa dos empresários
Passada a sala de presentes, os convidados subiram até o último andar no Itamaraty.
Na mesa dos empresários, a expectativa girou em torno das preocupações que os chineses têm sobre as melhorias e efeitos que a reforma tributária vai gerar a partir da sua implementação em 2026, com previsão de ser concluída em 2033.
Gonçalez contou à CNN que esse interesse dos empresários chineses se deve à vontade que eles têm em investir cada vez mais no Brasil.
Para isso acontecer, no entanto, falta proteção do capital, mas, segundo ele, este tópico não se relaciona com as políticas econômicas domésticas – como o tão aguardado pacote de corte de gastos – e sim com condições econômicas favoráveis aos investimentos.