Os preços de produtos agrícolas como batata, banana, laranja e melancia encerraram o mês de abril em queda nas centrais de abastecimento do país (Ceasas), segundo levantamento divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
No caso da batata, o preço caiu pelo segundo mês consecutivo, com destaque para a redução de 25,1% na Ceasa de Santa Catarina na comparação com as cotações de março.
Embora os preços do tubérculo tenham ficado mais baixos mesmo com a menor oferta do produto no comparativo entre março e abril, isso se deu por conta da queda da demanda.
Contudo, esse comportamento não deve se repetir no mês de maio, uma vez que a média dos preços nas Ceasas está acima do visto em abril.
Segundo a Conab, isso pode ser um sinal do início da entressafra da batata, já que “há uma tendência de o pico da safra das águas ter passado, e iniciado, por outro lado, a safra da seca/inverno, que ainda não se apresenta suficientemente forte para pressionar a cotações para baixo”.
Apenas em 2023, o setor representado pelas 57 Ceasas brasileiras registrou um movimento de 17,4 milhões de toneladas de produtos hortigranjeiros, representando R$ 66,7 bilhões. O resultado representa um aumento de 4,73% no quantitativo comercializado e de 9,6% no valor transacionado, em comparação a mesma base de dados de 2022.
O levantamento também mostra que as Ceasas da região Sul foram as únicas que apresentaram redução no volume comercializado (-4,94%) e no valor transacionado (-1%) em relação à 2022, reflexo dos efeitos do El Niño na região, com excesso de chuvas que prejudicaram a produção de hortigranjeiros.
Preços das frutas e de outros vegetais
O boletim da Conab destaca ainda a queda do preço da banana por conta do aumento da oferta no país, em especial da variedade nanica produzida no Vale do Ribeira (SP), norte mineiro e norte catarinense. Tal conjuntura também afetou a banana prata.
“O cenário para o consumidor para a fruta se mostra mais favorável que a batata, uma vez que há perspectiva da chegada de boa safra em meados de junho, as cotações devem diminuir ainda mais, tanto para a variedade prata quanto nanica”, destaca a Conab.
No caso da laranja e melancia, o clima mais frio impacta de forma negativa a demanda pelas duas frutas, o que exerce pressão de queda nas cotações.
Já as demais frutas e hortaliças analisadas no Boletim Prohort divulgado pela Conab ficaram mais caras no último mês. No caso da alface, as chuvas registradas nas regiões produtoras até o meio do mês passado impactaram na oferta da folhosa e elevaram os preços.
Para a cenoura, a alta interrompe dois meses de queda nas cotações praticadas devido ao menor volume de produção em Minas Gerais, o que pressiona o preço em outros estados, tanto que o aumento de preçso em abril seguiu no começo de maio.
No caso da cebola, a alta nos preços vem sendo registrada desde outubro do ano passado, sendo registrada uma queda apenas em janeiro, muito por conta da descentralização de oferta.
Alta também para o tomate, cuja oferta, mesmo com o maior envio do produto aos atacados em abril quando comparado a março, não foi suficiente para levar a uma queda nos preços.