A saga baixista da Bolsa brasileira segue seu rumo, chegando ao 13º pregão consecutivo em queda, algo inédito na história, e hoje dois setores foram determinantes para isso: bancos e varejo.
Entre os banco, BB (BBAS3) ainda se salvou, com alta de 0,93%, mas os demais nomes contribuíram para mais um dia negativo do principal índice brasileiro: Itaú Unibanco (ITUB4) perdeu 1,18% e Bradesco (BBDC4) caiu 1,05%.
O varejo sofreu com DIs (juros futuros) mais altos, que refletiram as máximas dos Treasuries de longo prazo, especialmente o de 10 anos. Houve ainda o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, reforçando que cortes de 0,5 ponto porcentual da Selic são “apropriados“.
Lojas Renner (LREN3) caiu 2,17%, Magazine Luiza (MGLU3) tombou 5,05% e Via (VIIA3) perdeu ainda mais, 6,15%. Carrefour (CRFB3) destoou e fechou estável, com avanço de conversão para Atacadão, processo que pode ainda mexer com as ações.
Natura (NTCO3) teve outro dia de queda, 2,31%, após o forte tombo de quase 9% ontem, após lançamento de “Onda 2” sem previsão de margem e custos.
E Petrobras (PETR4) não segurou a onda. Apresentou ganhos durante toda a sessão, até que na reta final virou e passou a renovar mínimas, para então fechar com menos 0,32%.
Ganhos
Mas esse dia de nova queda poderia ser ainda pior, caso Vale (VALE3) não tivesse se beneficiado de forte alta do minério de ferro hoje – e subido 1,41%. A promessa do BC chinês de novos estímulos à economia impulsionaram a commodity, embora o país ainda enfrente uma forte preocupação.
A 13ª queda seguida do Ibovespa seria pior também caso Eletrobras (ELET3) não tivesse enfrentado muito bem as recentes turbulências e avançado 2,15%.
Sabesp (SBSP3) com sua alta de 1,30% ajudou a evitar cenário pior para a Bolsa – a empresa vê importantes passos para privatização. E, por fim, Minerva (BEEF3) ganhou 1,53%, com indústria projetando um segundo semestre melhor.
Bolsa perde os 115 mil pontos
O Ibovespa fechou, assim, o dia com uma queda de 0,53%, aos 114,9 mil pontos e melancolicamente só teve pregões negativos em agosto. A bolsa brasileira seguiu mais um dia de derrocada em Wall Street, com índices pressionados pelos títulos do governo.
Agosto ainda está no meio do caminho. Mas o estrago até aqui é histórico. (Fernando Augusto Lopes e Rodrigo Petry)
