A imprensa norte-americana teve acesso à transcrição de uma gravação do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fala sobre os documentos secretos que guardada em sua casa. O áudio é apontado pelos procuradores na ação que o acusa de violação de segredos nacionais e de colocar em risco a segurança do país. A gravação foi obtido com exclusividade pela ‘CNN’, mas seu conteúdo também foi disponibilizado pelo jornal ‘The New York Times’. O áudio de dois minutos, gravado em julho de 2021 durante uma reunião em Nova Jersey, mostra Trump discutindo um documento – mantido em seu resort na Flórida – altamente confidencial sobre o Irã. “Estes são os papéis”, diz o ex-líder norte-americano. “Isso foi feito pelos militares e entregue a mim. Veja como presidente, eu poderia ter desclassificado como confidencial”, fala Trump em uma parte do áudio, acrescentando: “Agora eu não posso, você sabe, mas isso ainda é segredo”. Trump é alvo de 37 acusações. Ele se declarou inocente de todas ela ao se apresentar ao tribunal em Miami no dia 13 de junho. “Ele disse que eu queria atacar o Irã, não é incrível? Eu tenho uma grande pilha de papéis, essa coisa acabou de aparecer, Olhe só”, fala Trump em outra parte do áudio. Ele e seus assessores fazem piadas sobre os e-mails de Hillary Clinton. “Hillary imprimia isso o tempo todo, sabe. Seus e-mails privados”, disse o funcionário de Trump. “Não, ela enviaria para Anthony Weiner”, respondeu Trump, referindo-se ao ex-deputado democrata, provocando risos na sala.
O acesso a esse áudio se torna uma peça-chave na acusação do promotor especial Jack Smith, e contradiz a defesa de Trump. Na semana passada, em entrevista ao canal ‘Fox News’, o ex-presidente disse que os documentos seriam um compilado de notícias de mídias diversas, enfatizando não serem informações confidenciais, o que contraria sua fala no áudio a qual a promotoria. A defesa de Trump tinha conhecimento sobre a gravação desde março. Trump é o primeiro ex-presidente dos Estados Unidos a responder processos criminais. Ele abril, quando se tornou réu pela primeira vez, esteve no tribunal para ouvir as acusações sobre fraude, envolvendo um ex-atriz pornô com a qual manteve relação extraconjugal. No mês seguinte, por mais que não tenha ido ao tribunal, foi acusado de ter abusado sexualmente da a escritora e ex-jornalista E. Jean Carroll. Agora, enfrenta processos federias, tido os mais duros. Porém, mesmo em meio a série de problemas com a justiça que o cercam, ele segue como a primeira opção para se tornar candidato à presidência dos Estados Unidos nas eleições de 2024.