Tradução? Não do português para o português. Aqui você aprende a dizer o que quer dizer.
Em minha experiência como professora de redação já observei inúmeros exemplos de textos que precisam ser traduzidos: do português para o português. Isso ocorre quando a mensagem não é clara, quando o aluno escreve sem foco e sem coerência. E qual é o resultado? Precisamos “traduzir”, do português para o português, para identificar a intenção do autor. E qual é a principal defesa do aluno quando questiono os pontos de vista pouco claros? “Era isso que eu queria dizer, professora”. Ao que respondo: “se queria dizer por que não disse”? O pensamento desorganizado dificulta a compreensão, enquanto o texto com coerência permite uma leitura fluente. Não é preciso ler e reler para entender a mensagem.
Textos confusos, pouco objetivos, com erros de português e recheados de vícios de linguagem podem distorcer ideias na comunicação escrita. O emprego inadequado ou abusivo de clichês compromete o sentido do texto e a imagem do autor, à medida que revela falta de originalidade e pobreza de vocabulário. Sem saber como começar o texto, sem delimitação do tema e bloqueado pelo “mito da página em branco”, o redator acaba escrevendo “pérolas”, frases sem sentido e ideias ambíguas. Elabora períodos longos e recheados, porém, sem conteúdo. E a justificativa mais comum para a dificuldade de expressão é esta: “eu sei dizer, professora, só não sei colocar no papel”…
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leia maisAcordo Ortográfico – Acentuação
Aquela deliciosa geleia de morango continua muito requisitada para rechear sobremesas e bolos ou, simplesmente, para ser saboreada com com pão e torrada no café da manhã. Só não se esqueça que no novo Acordo Ortográfico ela perdeu a acentuação!
Acento Agudo: Não se utiliza mais nos ditongos abertos éi e ói nas palavras paroxítonas.
Exemplo: ideia, geleia, joia, giboia
Acento diferencial: Não se utiliza mais para distinguir pára/para; pêlo/pelo. Mas permanecem os acentos que diferenciam o plural do singular.
Exemplo: Ele tem, Eles têm
Acento circunflexo: Não se utiliza mais em palavras terminadas em oo e eem.
Exemplo: abençoo, voo, deem
Acordo Ortográfico – Hífen
Ainda tem dúvidas sobre o uso do hífen com o novo Acordo Ortográfico? Veja estas dicas:
O Hífen deve ser utilizado:
- Sempre diante do H: Super-homem, anti-higiênico
- Diante de duas vogais iguais: micro-ondas, contra-ataque
- Quando o prefixo termina em consoante e o segundo elemento começa com a mesma consoante: inter-racial, super-resistente
- Com o prefixo vice: vice-rei, vice-presidente
- Diante dos prefixos ex, sem, além: ex-aluno, sem-terra, além-mar
O Hífen deixa de existir quando:
- O prefixo termina em vogal diferente da vogal com que se inicia o segundo elemento: aeroespacial, autoescola
- O prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa com r ou s. Nesses casos as letras são duplicadas: minissaia, contrarregra.
Nóbel ou Nobél
Um grupo sediado em Genebra, na Suíça, que trabalha pela abolição das armas nucleares, conquistou hoje (06) o prestigiado Prêmio Nobel da Paz.
Certamente você já ouviu a notícia no rádio e na televisão, com a palavra NOBEL sendo pronunciada de duas maneiras: Nóbel e Nobél.
Todo ano é a mesma coisa e muitos profissionais da comunicação escorregam na hora de falar.
O modo correto, porém, é Nobél, acentuando-se a segunda sílaba, pois é assim a pronúncia original do nome do senhor suíço – Alfred Nobel – que dá nome ao prêmio.
A outra razão está na língua portuguesa mesmo. Se a pronúncia fosse Nóbel, a palavra deveria ser acentuada, pois as paroxítonas terminadas em L têm acento agudo.
Logo, escreve-se Nobel e lê-se Nobél.
O imexível e o imprestável
Aproveitando as notícias do dia, na sessão que discute o impeachment da presidente Dilma Rousseff o deputado Carlos Sampaio classificou de “imprestável” a defesa do advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo. O termo até faz lembrar a ocasião em que o ex-ministro do Trabalho, Antônio Rogério Magri, inovou ao declarar que o Plano Collor era “imexível”, ou seja, não poderia ser modificado ou desconsiderado. O neologismo de Magri rendeu comentários, críticas e sátiras. Hoje seria meme na certa.
Mas o adjetivo utilizado pelo deputado favorável ao impeachment de Dilma consta no dicionário. “Imprestável” é tudo aquilo que não presta, que é inútil, como o discurso de José Eduardo Cardozo, na avaliação do parlamentar do PSDB. Ele disse ainda que o advogado “amesquinhou” o papel da Advocacia Geral da União ao defender Dilma Rousseff. Do verbo transito direto “amesquinhar”, Sampaio aplicou o termo não no sentido de avarento, mas de depreciação.
Oficina de apresentação de radiojornal
O vozeirão dos locutores de antigamente quase não existe no rádio de hoje. A dicção clara e a voz agradável continuam sendo valorizadas, porém, o conteúdo da informação é mais importante do que a embalagem, a forma. Em programas jornalísticos, locutores tradicionais perdem espaço para apresentadores (radialistas ou jornalistas) que relatam as notícias de modo espontâneo, coloquial, conversando com o ouvinte.
O rádio, por todas as transformações que passou, teve de se adaptar e ficar mais próximo das pessoas. E é na hora da transmissão de notícias que o apresentador bem preparado se diferencia e conquista o público, ao facilitar o entendimento da mensagem. Conhecimento do assunto, espontaneidade, capacidade de improviso e até uma dose de humor são características exigidas dos profissionais que trabalham no microfone. Nas emissoras que investem em Radiojornalismo, o apresentador/âncora, diferentemente do locutor, também escreve, comenta e analisa as notícias, além de realizar entrevistas ao vivo.
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Caetano corrige crase em página no Facebook
O cantor e compositor Caetano Veloso deu um puxão de orelhas na equipe que cuida de suas redes sociais, por conta do uso indevido de crase na expressão “homenagem a Bituca” (apelido de Milton Nascimento). O vídeo com a aula já circula na internet, ressaltando o bom uso da Língua Portuguesa.
Vale complementar que, antes de nomes próprios de pessoas, o emprego do artigo confere informalidade, sugere haver intimidade. Sua ausência, ao contrário, garante o tratamento formal, mais distante. Assim: “As homenagens foram prestadas a Caetano Veloso” (tratamento distanciado, formal), “As homenagens foram prestadas ao Caetano” (tratamento informal). Não esquecendo que se trata de nome MASCULINO, o que por si só já dispensaria a crase.
Mas diante de nome de mulher poderá ocorrer a crase. Assim: “Referia-se a Marta Suplicy” (tratamento formal), “Referia-se à Marta” (tratamento informal).
Veja outras dicas de crase no blog O Redator.
A “pedalada” figurativa das contas públicas
O impulso dado ao pedal, definição oficial da palavra “pedalada”, adquiriu novo significado com as recentes notícias sobre as contas públicas do país. O governo brasileiro estaria adiando com frequência o repasse de recursos devidos a bancos públicos por gastos com programas sociais, as chamadas “pedaladas fiscais”. O Tribunal de Contas da União poderá abrir procedimentos para investigar a prática. Segundo reportagem da Folha, nos três primeiros meses deste ano, a dívida do governo com Caixa e Banco do Brasil aumentou ao menos R$ 2 bilhões. Para os técnicos que lidam com orçamento público, a expressão é sinônimo de adiamento de uma despesa.
Na Língua Portuguesa, a “pedalada” em questão adquire um sentido figurado, pois trata-se de uma situação particular de uso. A palavra ganha valor conotativo quando seu significado é ampliado ou alterado no contexto em que é empregada, sugerindo ideias que vão além de seu sentido mais usual. Como na ocasião em que o ex-presidente Lula se referiu à crise econômica brasileira como uma “marolinha”, agora se transformando em “tsunami”, dois outros exemplos da linguagem figurativa.
Acordo Ortográfico
Ainda tem dúvidas sobre as regras do Acordo Ortográfico? Veja essas dicas simples:
1. Acento circunflexo: Não se utiliza mais em palavras terminadas em oo e eem.
Exemplo: abençoo, voo, deem
2. Acento Agudo: Não se utiliza mais nos ditongos abertos éi e ói nas palavras paroxítonas.
Exemplo: ideia, geleia, joia
3. O Hífen deve ser utilizado:
- Sempre diante do H: Super-homem, anti-higiênico
- Diante de duas vogais iguais: micro-ondas, contra-ataque
- Quando o prefixo termina em consoante e o segundo elemento começa com a mesma consoante: inter-racial, super-resistente
- Com o prefixo vice: vice-rei, vice-presidente
- Diante dos prefixos ex, sem, além: ex-aluno, sem-terra, além-mar
4. O Hífen deixa de existir quando:
- O prefixo termina em vogal diferente da vogal com que se inicia o segundo elemento: aeroespacial, autoescola
- O prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa com r ou s – as letras são duplicadas.
Exemplo: minissaia, contrarregra.
5. Acento diferencial: Não se utiliza mais para distinguir pára/para; pêlo/pelo. Mas permanecem os acentos que diferenciam o plural do singular.
Exemplo: Ele tem, Eles têm
Escritora Hilda Hilst inspira peça no Itaú Cultural
Peça inspirada em obra de Hilda Hilst é a atração desta semana no projeto terça tem teatro, no Itaú Cultural. “Matamoros” é a personagem-título de um dos textos do livro “Tu não te moves de ti”, publicado em 1980. A menina, desde cedo, descobre os prazeres do corpo e do amor e, com eles, as dúvidas e incertezas. A atriz Maíra Gerstner interpreta a personagem, com direção de Bel Garcia. Matamoros terá duas apresentações no Itaú Cultural, nesta terça e quarta, (21 e 22/04) às 9 da noite, com entrada franca. A peça também encerra a Ocupação Hilda Hilst, dedicada à autora. O endereço do Itaú Cultural é avenida Paulista, 149.